Eddie Van Halen - ou a revolução da guitarra
Do conservatório até o rock de garagem, foi um difícil caminho para Eddie e seu irmão. O início não teve nada de novo: as mesmas dificuldades que todo astro do rock encontrou para impor o seu talento. Depois, a explosão e o reconhecimento como um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Acompanhe a aventura do mais jovem herói da guitarra. (Revista Rock Especial - Editora Som Três - 1980)
Edward Van Halen foto de Eddie Van Halen na apresentação do Van Halen no Brasil, em 1983.
O início de tudo
Eddie com 6 anos de idade Eugenia Van Halen e Eddie, com sua primeira guitarra.
Edward
Lodewijk Van Halen, ou
simplesmente Eddie Van Halen, é o segundo filho de Eugenia Van
Halen. Nasceu em 26 de janeiro de 1955, em Nijmegen, Holanda. O pai,
músico profissional, logo cedo colocou os filhos para estudar
piano. Aos seis anos, Eddie começou a ter aulas com um velho
professor russo, que não falava uma única palavra em
inglês. "Ele só ficava lá sentado, segurando
uma régua, pronto pra me bater com ela na cara se eu errasse
alguma coisa", recorda-se Eddie.
Foi em 1968, quando tinha quase dez anos, que Eddie mudou-se com a família para os Estados Unidos, a "terra da oportunidade", conforme explicou sua mãe, que nasceu na Indonésia. Quando os Van Halen atravessaram o oceano, a única coisa que levaram consigo foi o piano.
foto de Eddie em 1973, e a casa da família Van Halen, em Pasadena, antes da fama.
Depois de instalados em Pasadena (perto de Los Angeles), as lições de piano continuaram com outro professor.
Foi na Califórnia que, pela primeira vez, os irmãos Van Halen sentiram o gosto do rock and roll. "Até então eu pensava no rock", conta Eddie, "porque lá na Holanda realmente não acontecia nada. Quando viemos para os States e escutei o Cream, resolví esquecer o piano".
"Entregando jornais para pagar a bateria."
Porque gostou da canção "Wipe out" do Surfaris, Eddie decidiu que iria tocar bateria. E comprou uma à prestação. Para pagar os 125 dólares da dívida, arrumou um emprego de entregador de jornais. Todo dia, às cinco da manhã, com chuva ou com sol, ia ele entregar jornais pedalando sua bicicleta.
Mas enquanto Eddie estava fora entregando jornais, seu irmão Alex aproveitava para tocar a bateria. "Ele começou a tocar cada vez melhor, e aí eu disse, 'tá legal, pode ficar com essa droga de bateria' ". Ao mesmo tempo, porém, enquanto tocava na bateria de Eddie, Alex também tinha aulas de violão flamenco. E Eddie começou então a dedilhar acordes no violão do irmão Alex.
Eddie e Alex, em 1966.
O reconhecimento e a fama
Logo Eddie estava comprando sua primeira guitarra elétrica, uma Teisco Del Rey, de 70 dólares, e com quatro captadores. E então descobriu Eric Clapton. Até hoje, Eddie conhece todos os solos que Clapton tocou, nota por nota. Foi o único guitarrista que ele copiou. Seus solos favoritos são os das gravações ao vivo de "Spoonful" e "I'm so glad" , do Cream. Clapton é o seu grande herói e, quando ambos finalmente se encontraram em 1983, Eddie ficou tão nervoso que acabou bebendo demais e estragando o encontro.
Eddie era tão dedicado à guitarra que, Alex conta que, quando eram adolescentes, Alex chegava do trabalho, tomava um banho, e saía pra curtir, enquanto Eddie estava lá sentado, treinando em sua guitarra. Quando Alex voltava, já de madrugada, encontrava Eddie sentado no mesmo lugar, ainda treinando sua guitarra.
Eddie e Alex tinham uma banda chamada Mammoth, onde Eddie cantava e tocava guitarra. Após a entrada de Dave na banda, Eddie pode se dedicar somente à guitarra. Noi nessa época que decidiram mudar o nome para Van Halen.
Após o sucesso do álbum Van Halen I, a sua rapidez e criatividade rapidamente chamaram a atenção do mundo com o solo "Eruption". Logo seria considerado um dos melhores guitarristas do mundo, sendo eleito por vários anos consecutivos como sendo o guitarrista do ano, por diversas revistas especializadas. Sua popularização se deu principalmente, entre outras virtudes, pela sua popularização da técnica do "Tapping" (técnica em que se toca as notas no braço da guitarra com a mão direita).
Eddie destacado em diversas capas de revistas (clique para ampliar)
Poucos guitarristas na história do rock causaram tanto impacto em tão pouco tempo como Eddie Van Halen. Mas ele merece: ninguém é mais dedicado à guitarra - e a música - do que ele. Quando não está na estrada, excursionando com o grupo, Eddie está em casa, enfiado no seu estúdio, que tem o estranho nome de "5150" (código da polícia americana para 'fuga de paciente mental' ).
Eddie Van Halen em seu estúdio "5150", instalado dentro de sua casa
Eddie é de um espírito gentil e brincalhão, e gosta de se definir como um "guitarrista de rock profissional". Ele não se considera um astro do rock. Gosta muito de privacidade e não é nada raro encontrá-lo trancado no banheiro, conversando com alguém. Certa vez, depois de um concerto em Nova Jersey, Julian Lennon (filho mais velho de John) apareceu no camarim e Eddie arrastou-o logo para o banheiro para poderem levar um papo mais sossegados.
Sua atitude em relação ao dinheiro também é diferente. Na sua opinião, a grana distorce o processo artístico. Portanto, ele não pensa nela. Só pra se ter uma idéia, Eddie não recebeu nada pelo seu solo de guitarra, em "Beat it", do LP Thriller, de Michael Jackson.
Eddie e Michael Jackson no palco, em "Beat It" Michael e Eddie no estúdio
É claro que esse foi um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos, um momento eletrizante da melhor faixa de um disco que vendeu mais de 30 milhões de cópias. Mas, como pagamento, Eddie achou que foi suficiente fazer amigos como Quincy Jones e Michael Jackson. "Talvez um dia Michael me dê algumas aulas de dança", diz o guitarrista.
Essa despreocupação com o dinheiro se estende também ao grupo. Eddie é o único que compõe as músicas (David faz as letras), mas mesmo assim divide os créditos - e os lucros - com todos do Van Halen. "Há dez anos, nós estávamos na casa do pai de Dave e nos perguntamos: "Bem, o que iremos fazer se chegarmos lá? E eu disse: Vamos dividir tudo em quatro partes. Nós somos em quatro, não somos? Isso foi antes que eu descobrisse que eu era o único que sabia compor. Eu fiz a minha cama, e agora estou dormindo nela. É como estar casado. Só mais tarde é que você descobre coisas sobre sua mulher. Mas aí você já está casado, então foda-se".
Além da guitarra, Eddie toca também piano, clarinete e violino. Durante as gravações do álbum "Woman And Children First", arriscou tocar um piano, (conectado à uma parede de amplificadores Marshall), no acompanhamento da música "And The Cradle Will Rock", mas não agradando muito aos outros membros da banda. Deixou de lado então esta idéia por um tempo, retomando-a no álbum "1984", tocando teclado nas músicas "I'll Wait" e "Jump", esta última um estrondoso sucesso mundial, o som mais popular do Van Halen.
Eddie: virtuoso na guitarra e também nos teclados
Depois disso, Eddie tocaria teclado ainda em muitas outras músicas de sucesso da banda, já com o cantor Sammy Hagar à frente dos microfones.
Eddie acabou se tornando revolucionário, tanto na sua forma de tocar guitarra ("Tive um professor de teoria musical muito progressista, que dizia que não importava o que fizesse. Se o som saísse bom, tudo bem") como também por suas inovações em termos de construção de guitarras e acessórios para ela. (Veja a matéria completa na seção "invenções").
Sua inventividade simples e prática, levou a mudar totalmente o conceito de como tocar e construir uma guitarra elétrica. Alguns dizem que Eddie chegou a superar Jimi Hendrix em tão alto padrão de influência e inovação.
O álcool
Mas, apesar de tantos louros na carreira musical, em termos pessoais, Eddie Van Halen em compensação, já teria muitos problemas. A sua já conhecida dependência ao álcool e ao fumo, o levou à altos e baixos em sua carreira e na vida pessoal. Segundo consta, Eddie fuma e bebe desde os 8 anos de idade e, devido à sua conhecida timidez, o álcool pode ter sido um grande aliado. Porém de lá pra cá isso algumas vezes se tornou um grande complicador.
a bebida era uma constante nos shows do Van Halen
Como a rotina com o Van Halen na fase com David Lee Roth era uma constante festa, este tipo de problema ainda passava despercebido. Mas com a entrada de Sammy Hagar, e a morte de seu pai, Jam Van Halen, Eddie acabou por se afundar mais ainda ao álcool e ao fumo, tendo então que entrar em tratamento para desintoxicação. Na época das gravações e consequente turnê do disco "Balance", Eddie e a banda entraram em acordo para não beberem nada de álcool. O então sóbrio Eddie, esbanjava saúde e exímia técnica na guitarra, e chegou até a engordar uns quilos. Cortou os cabelos, (segundo consta, para ficar de "cara limpa" para encarar a nova fase) e descoloriu para meio-loiro.
Eddie, mais gordo e mais ágil, e a banda toda sóbria na fase "Balance".
Mas a fase sóbria não duraria muito, e logo Eddie entraria novamente no mundo do álcool.
Na fase com Gary Cherone, já dava sinais de que alguma coisa não ia bem, com seu visual mais "relaxado", um pouco mais magro e personalidade mais agressiva. Porém seu talento musical ainda não havia sido influenciado por isso.
Eddie na fase Van Halen III : mais desleixado e agressivo
Eddie então pioraria com os problemas que vieram a seguir: a saída de Gary Cherone da banda, o falecimento de sua mãe, Eugenia Van Halen, o seu divórcio com Valerie Bertinelli e a descoberta de um câncer na língua. A banda entraria para mais uma longa pausa em seu trabalho, com Eddie visivelmente abatido.
O Van Halen então sumiu da mídia por muito tempo. Eddie apareceu, muito tempo depois, tocando "You Really Got Me" em um show com o cantor Kenny Chesney e então sumiu novamente dos palcos e da mídia.
Eddie faria novamente uma breve aparição em público, dessa vez tocando guitarra em um evento do House of Petals, (empresa de Joey House, uma amiga de Eddie). Eddie tocou no evento com um baterista e um tecladista quase desconhecidos, visivelmente alterado, improvisando com o grupo, em uma apresentação, digamos, "lamentável". (veja o vídeo)
Eddie na apresentação no House Of Petals : sapatos estranhos e visivelmente alterado
Soube-se depois que Eddie estaria gravando 2 sons instrumentais em seu estúdio, para uma trilha sonora de um filme adulto, fato que causou muita polêmica entre os fãs da banda. Nas filmagens de Eddie em seu estúdio, tocando "Catherine" e no videoclip do som "Rise", podíamos ver um Eddie agressivo, alterado, jogando a guitarra no chão, muito diferente do Eddie simpático e risonho dos velhos tempos.
Até que então Eddie deixa no site oficial da banda uma declaração que estaria com problemas de dependência do álcool e que teria que entrar para uma clínica de reabilitação. Era visível a degradação pessoal de Eddie. Tanto em sua aparição para demonstrar o lançamento das réplicas da Frankenstrat pela Fender, quanto nos shows em que fez em 2004 na turnê Reunion com Sammy Hagar, era visível o seu estado "perdido".
Eddie : em dois tempos distintos Eddie na turnê Reunion de 2004
A volta por cima
Após o tratamento na clínica de reabilitação e livre do câncer, surge então um novo Eddie Van Halen, novamente de cabelos curtos e loiros, cheio de saúde e grandes idéias. Aparentemente revitalizado, voltou a aparecer na mídia, namorando com a sua então acessora de imprensa, Janie Liszewski, demonstrando os produtos que levam o seu nome, e novamente indicando uma possível volta com o Van Halen aos palcos.
o antes, no House of Petals, e o depois, em um evento da Nascar : mudança radical e alívio para os fãs
nova fase: Eddie investindo em sua nova imagem e também como empresário
Como resultado desta nova fase de empolgação e sobriedade, Eddie anunciaria, junto com a banda, uma volta triunfante aos palcos com o Van Halen, agora com David Lee Roth de volta aos vocais e a estréia de seu filho, Wolfgang, no baixo.
A turnê foi feita em 2007, pelos Estados Unidos, com todos os ingressos lotados por onde o grupo passou, faturando cerca de 93 milhões de dólares, um recorde para a banda.
Eddie (no telão) e David Lee Roth, acenando com a bandeira vermelha : turnê de sucesso
Eddie aparece então muito feliz, sóbrio, com a banda reestruturada, casado com Janie Liszewski, orgulhoso do desempenho de seu filho Wolfgang durante toda a turnê da banda e faturando alto com a venda de seus produtos no seu próprio site EVH.com.
Janie e Eddie: recém-casados Eddie e Wolfgang : entrosamento e orgulho
Os fãs agora esperam pela promessa do lançamento de material novo da banda. Eddie comenta que tem material suficiente para 10 álbuns, mas até agora nada foi lançado oficialmente. É esperar para ver quais serão as novidades.
Foi em 1968, quando tinha quase dez anos, que Eddie mudou-se com a família para os Estados Unidos, a "terra da oportunidade", conforme explicou sua mãe, que nasceu na Indonésia. Quando os Van Halen atravessaram o oceano, a única coisa que levaram consigo foi o piano.
foto de Eddie em 1973, e a casa da família Van Halen, em Pasadena, antes da fama.
Depois de instalados em Pasadena (perto de Los Angeles), as lições de piano continuaram com outro professor.
Foi na Califórnia que, pela primeira vez, os irmãos Van Halen sentiram o gosto do rock and roll. "Até então eu pensava no rock", conta Eddie, "porque lá na Holanda realmente não acontecia nada. Quando viemos para os States e escutei o Cream, resolví esquecer o piano".
"Entregando jornais para pagar a bateria."
Porque gostou da canção "Wipe out" do Surfaris, Eddie decidiu que iria tocar bateria. E comprou uma à prestação. Para pagar os 125 dólares da dívida, arrumou um emprego de entregador de jornais. Todo dia, às cinco da manhã, com chuva ou com sol, ia ele entregar jornais pedalando sua bicicleta.
Mas enquanto Eddie estava fora entregando jornais, seu irmão Alex aproveitava para tocar a bateria. "Ele começou a tocar cada vez melhor, e aí eu disse, 'tá legal, pode ficar com essa droga de bateria' ". Ao mesmo tempo, porém, enquanto tocava na bateria de Eddie, Alex também tinha aulas de violão flamenco. E Eddie começou então a dedilhar acordes no violão do irmão Alex.
Eddie e Alex, em 1966.
O reconhecimento e a fama
Logo Eddie estava comprando sua primeira guitarra elétrica, uma Teisco Del Rey, de 70 dólares, e com quatro captadores. E então descobriu Eric Clapton. Até hoje, Eddie conhece todos os solos que Clapton tocou, nota por nota. Foi o único guitarrista que ele copiou. Seus solos favoritos são os das gravações ao vivo de "Spoonful" e "I'm so glad" , do Cream. Clapton é o seu grande herói e, quando ambos finalmente se encontraram em 1983, Eddie ficou tão nervoso que acabou bebendo demais e estragando o encontro.
Eddie era tão dedicado à guitarra que, Alex conta que, quando eram adolescentes, Alex chegava do trabalho, tomava um banho, e saía pra curtir, enquanto Eddie estava lá sentado, treinando em sua guitarra. Quando Alex voltava, já de madrugada, encontrava Eddie sentado no mesmo lugar, ainda treinando sua guitarra.
Eddie e Alex tinham uma banda chamada Mammoth, onde Eddie cantava e tocava guitarra. Após a entrada de Dave na banda, Eddie pode se dedicar somente à guitarra. Noi nessa época que decidiram mudar o nome para Van Halen.
Após o sucesso do álbum Van Halen I, a sua rapidez e criatividade rapidamente chamaram a atenção do mundo com o solo "Eruption". Logo seria considerado um dos melhores guitarristas do mundo, sendo eleito por vários anos consecutivos como sendo o guitarrista do ano, por diversas revistas especializadas. Sua popularização se deu principalmente, entre outras virtudes, pela sua popularização da técnica do "Tapping" (técnica em que se toca as notas no braço da guitarra com a mão direita).
Eddie destacado em diversas capas de revistas (clique para ampliar)
Poucos guitarristas na história do rock causaram tanto impacto em tão pouco tempo como Eddie Van Halen. Mas ele merece: ninguém é mais dedicado à guitarra - e a música - do que ele. Quando não está na estrada, excursionando com o grupo, Eddie está em casa, enfiado no seu estúdio, que tem o estranho nome de "5150" (código da polícia americana para 'fuga de paciente mental' ).
Eddie Van Halen em seu estúdio "5150", instalado dentro de sua casa
Eddie é de um espírito gentil e brincalhão, e gosta de se definir como um "guitarrista de rock profissional". Ele não se considera um astro do rock. Gosta muito de privacidade e não é nada raro encontrá-lo trancado no banheiro, conversando com alguém. Certa vez, depois de um concerto em Nova Jersey, Julian Lennon (filho mais velho de John) apareceu no camarim e Eddie arrastou-o logo para o banheiro para poderem levar um papo mais sossegados.
Sua atitude em relação ao dinheiro também é diferente. Na sua opinião, a grana distorce o processo artístico. Portanto, ele não pensa nela. Só pra se ter uma idéia, Eddie não recebeu nada pelo seu solo de guitarra, em "Beat it", do LP Thriller, de Michael Jackson.
Eddie e Michael Jackson no palco, em "Beat It" Michael e Eddie no estúdio
É claro que esse foi um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos, um momento eletrizante da melhor faixa de um disco que vendeu mais de 30 milhões de cópias. Mas, como pagamento, Eddie achou que foi suficiente fazer amigos como Quincy Jones e Michael Jackson. "Talvez um dia Michael me dê algumas aulas de dança", diz o guitarrista.
Essa despreocupação com o dinheiro se estende também ao grupo. Eddie é o único que compõe as músicas (David faz as letras), mas mesmo assim divide os créditos - e os lucros - com todos do Van Halen. "Há dez anos, nós estávamos na casa do pai de Dave e nos perguntamos: "Bem, o que iremos fazer se chegarmos lá? E eu disse: Vamos dividir tudo em quatro partes. Nós somos em quatro, não somos? Isso foi antes que eu descobrisse que eu era o único que sabia compor. Eu fiz a minha cama, e agora estou dormindo nela. É como estar casado. Só mais tarde é que você descobre coisas sobre sua mulher. Mas aí você já está casado, então foda-se".
Além da guitarra, Eddie toca também piano, clarinete e violino. Durante as gravações do álbum "Woman And Children First", arriscou tocar um piano, (conectado à uma parede de amplificadores Marshall), no acompanhamento da música "And The Cradle Will Rock", mas não agradando muito aos outros membros da banda. Deixou de lado então esta idéia por um tempo, retomando-a no álbum "1984", tocando teclado nas músicas "I'll Wait" e "Jump", esta última um estrondoso sucesso mundial, o som mais popular do Van Halen.
Eddie: virtuoso na guitarra e também nos tecladosDepois disso, Eddie tocaria teclado ainda em muitas outras músicas de sucesso da banda, já com o cantor Sammy Hagar à frente dos microfones.
Eddie acabou se tornando revolucionário, tanto na sua forma de tocar guitarra ("Tive um professor de teoria musical muito progressista, que dizia que não importava o que fizesse. Se o som saísse bom, tudo bem") como também por suas inovações em termos de construção de guitarras e acessórios para ela. (Veja a matéria completa na seção "invenções").
Sua inventividade simples e prática, levou a mudar totalmente o conceito de como tocar e construir uma guitarra elétrica. Alguns dizem que Eddie chegou a superar Jimi Hendrix em tão alto padrão de influência e inovação.
O álcool
Mas, apesar de tantos louros na carreira musical, em termos pessoais, Eddie Van Halen em compensação, já teria muitos problemas. A sua já conhecida dependência ao álcool e ao fumo, o levou à altos e baixos em sua carreira e na vida pessoal. Segundo consta, Eddie fuma e bebe desde os 8 anos de idade e, devido à sua conhecida timidez, o álcool pode ter sido um grande aliado. Porém de lá pra cá isso algumas vezes se tornou um grande complicador.
a bebida era uma constante nos shows do Van Halen
Como a rotina com o Van Halen na fase com David Lee Roth era uma constante festa, este tipo de problema ainda passava despercebido. Mas com a entrada de Sammy Hagar, e a morte de seu pai, Jam Van Halen, Eddie acabou por se afundar mais ainda ao álcool e ao fumo, tendo então que entrar em tratamento para desintoxicação. Na época das gravações e consequente turnê do disco "Balance", Eddie e a banda entraram em acordo para não beberem nada de álcool. O então sóbrio Eddie, esbanjava saúde e exímia técnica na guitarra, e chegou até a engordar uns quilos. Cortou os cabelos, (segundo consta, para ficar de "cara limpa" para encarar a nova fase) e descoloriu para meio-loiro.
Eddie, mais gordo e mais ágil, e a banda toda sóbria na fase "Balance".
Mas a fase sóbria não duraria muito, e logo Eddie entraria novamente no mundo do álcool.
Na fase com Gary Cherone, já dava sinais de que alguma coisa não ia bem, com seu visual mais "relaxado", um pouco mais magro e personalidade mais agressiva. Porém seu talento musical ainda não havia sido influenciado por isso.
Eddie na fase Van Halen III : mais desleixado e agressivo
Fase ruim
Eddie então pioraria com os problemas que vieram a seguir: a saída de Gary Cherone da banda, o falecimento de sua mãe, Eugenia Van Halen, o seu divórcio com Valerie Bertinelli e a descoberta de um câncer na língua. A banda entraria para mais uma longa pausa em seu trabalho, com Eddie visivelmente abatido.
O Van Halen então sumiu da mídia por muito tempo. Eddie apareceu, muito tempo depois, tocando "You Really Got Me" em um show com o cantor Kenny Chesney e então sumiu novamente dos palcos e da mídia.
Eddie faria novamente uma breve aparição em público, dessa vez tocando guitarra em um evento do House of Petals, (empresa de Joey House, uma amiga de Eddie). Eddie tocou no evento com um baterista e um tecladista quase desconhecidos, visivelmente alterado, improvisando com o grupo, em uma apresentação, digamos, "lamentável". (veja o vídeo)
Eddie na apresentação no House Of Petals : sapatos estranhos e visivelmente alterado Soube-se depois que Eddie estaria gravando 2 sons instrumentais em seu estúdio, para uma trilha sonora de um filme adulto, fato que causou muita polêmica entre os fãs da banda. Nas filmagens de Eddie em seu estúdio, tocando "Catherine" e no videoclip do som "Rise", podíamos ver um Eddie agressivo, alterado, jogando a guitarra no chão, muito diferente do Eddie simpático e risonho dos velhos tempos.
Até que então Eddie deixa no site oficial da banda uma declaração que estaria com problemas de dependência do álcool e que teria que entrar para uma clínica de reabilitação. Era visível a degradação pessoal de Eddie. Tanto em sua aparição para demonstrar o lançamento das réplicas da Frankenstrat pela Fender, quanto nos shows em que fez em 2004 na turnê Reunion com Sammy Hagar, era visível o seu estado "perdido".
Eddie : em dois tempos distintos Eddie na turnê Reunion de 2004
A volta por cima
Após o tratamento na clínica de reabilitação e livre do câncer, surge então um novo Eddie Van Halen, novamente de cabelos curtos e loiros, cheio de saúde e grandes idéias. Aparentemente revitalizado, voltou a aparecer na mídia, namorando com a sua então acessora de imprensa, Janie Liszewski, demonstrando os produtos que levam o seu nome, e novamente indicando uma possível volta com o Van Halen aos palcos.
o antes, no House of Petals, e o depois, em um evento da Nascar : mudança radical e alívio para os fãs
nova fase: Eddie investindo em sua nova imagem e também como empresário
Como resultado desta nova fase de empolgação e sobriedade, Eddie anunciaria, junto com a banda, uma volta triunfante aos palcos com o Van Halen, agora com David Lee Roth de volta aos vocais e a estréia de seu filho, Wolfgang, no baixo.
A turnê foi feita em 2007, pelos Estados Unidos, com todos os ingressos lotados por onde o grupo passou, faturando cerca de 93 milhões de dólares, um recorde para a banda.
Eddie (no telão) e David Lee Roth, acenando com a bandeira vermelha : turnê de sucesso
Eddie aparece então muito feliz, sóbrio, com a banda reestruturada, casado com Janie Liszewski, orgulhoso do desempenho de seu filho Wolfgang durante toda a turnê da banda e faturando alto com a venda de seus produtos no seu próprio site EVH.com.
Janie e Eddie: recém-casados Eddie e Wolfgang : entrosamento e orgulho
Os fãs agora esperam pela promessa do lançamento de material novo da banda. Eddie comenta que tem material suficiente para 10 álbuns, mas até agora nada foi lançado oficialmente. É esperar para ver quais serão as novidades.