Entrevista - Eddie Van Halen

Postado em 26.05.2011 - créditos: Ricardo 5150 Blogspot
 
Entrevista com Eddie Van Halen para a Smithsonian

  
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Recentemente, o guitarrista Eddie Van Halen doou sua guitarra, a Frank 2, ao Museu Nacional da História Americana. Eddie foi entrevistado por email por Beth Py-Lieberman, da Smithsonian magazine, para a edição de Junho de 2011,  e falou  sobre essa sua decisão de doar a sua guitarra preferida :

“Eruption’ é mundialmente reconhecido com um dos melhores, ou senão o melhor solo de guitarra de todos os tempos. Qual é o melhor solo que você já criou em outra música?
Ah, existem muitos, é difícil pegar um só. 

Você colaborou em projetos com inúmeros músicos ao longo desses anos, incluindo Brian May, Geezer Butler, e Thomas Dolby. Alguma delas acabou sendo a sua predileta?
A “Beat it” de Michael Jackson foi a melhor  pra mim. Quincy Jones me telefonou e me perguntou se eu poderia tocar nela.  Quando cheguei lá, demorei uns 15 minutos para rearranjar o som, toquei 2 solos e disse a ele para pegar o que ele gostasse mais. Quando Michael entrou na sala, disse “Uau, eu realmente gostei daquela parte rápida que você faz”. Foi muito divertido de fazer aquilo.
É muito louco que algo que demorou tão pouco tempo para se fazer, pode crescer tanto e se transformar em algo tão grande que não poderíamos imaginar. 

Você patenteou um “suporte para instrumentos musicais”. O que era exatamente?
A patente surgiu de uma técnica que eu usei enquanto tocava no braço da guitarra: deitando ela na posição reta, usando ambas as mãos no braço ao mesmo tempo. Para fazer isso eu precisava que o braço da guitarra ficasse com a face para cima, como o teclado de um piano. O suporte que eu usei e depois patenteei me proporcionava isso. Ele também foi muito útil para os guitarristas que tocam no estilo “Steel guitar”. 

Você doou a sua guitarra Frankenstein 2 ao museu Smithsonian, mas fale um pouco pra nós sobre a sua Frankenstein original.
A Frankenstein original foi o resultado das minhas tentativas e experiências com elementos diferentes das guitarras elétricas que eu gostava. O lance era que algumas guitarras tinham coisas de que eu gostava, mas ao mesmo tempo tinham certas coisas de que eu não me importava. Então, se eu combinasse esses elementos em uma só guitarra, aí sim eu poderia ter um instrumento que me deixaria criar e tocar o que vinha em minha mente sem qualquer restrições. 

Você disse que odiava as guitarras compradas em lojas, guitarras de série, porque elas não tinham o que você precisava. O que você precisava em uma guitarra?
Eu precisava da eletrônica (captadores) de um fabricante, enquanto preferia o corpo, e o braço, de outro fabricante.
 

E como você conseguiu isso?
Eu combinei 4 elementos na Frankenstein, que resultou na guitarra que eu fiz e que eu precisava fazer, mais do que qualquer coisa que eu tinha feito antes. Em adição, eu criei um instrumento que não era oferecido como “de série” por nenhum fabricante naquela época. 

O que se tornou a Frankenstein 1?
Eu a retirei completamente do uso. Eu a usei muito a ponto de abusar sem fim dela durante as turnês e gravações. Eu procurei ter algum respeito à ela, e deixá-la sobreviver, e não destruí-la completamente. Ao mesmo tempo ela se tornou em algo muito bem conhecido, além dos meus sonhos, e este valor me fez decidir a protegê-la. Eu continuarei a tocar com ela hoje e sempre. Pra mim ela não tem preço. 

O que você achou sobre a  Frankenstein 2 (réplica feita pela Fender), na primeira vez que tocou com ela?
Eu pirei! Nós fizemos um teste de olhos vendados, e demorou um tempo para eu descobrir qual era a original e qual era a Frank 2. A perfeição e acuracidade era estonteante. 

E como a réplica Frank 2 se compara a original?
A tocabilidade da Frank 2 foi o grande ponto. Ela é mais fácil pra mim de tocar do que a original. Frank 1 foi algo que construí por volta de 1975, assim isso reflete minha experiência em construir as guitarras naquela época. 

Como você se sentiu sobre isso?
Que lugar seria melhor para essa guitarra do que o Instituto Smithsonian, onde ela pode ficar exposta pelo resto da vida e os outros podem apreciá-la. É a mais alta honra que eu jamais poderia imaginar que poderiam me conceder um dia.    


Links:

http://newsdesk.si.edu/releases/national-museum-american-history-receives-eddie-van-halen-s-frankenstein-replica-guitar

http://blogs.smithsonianmag.com/aroundthemall/2011/02/american-history-museum-dances-the-night-away-with-van-halens-guitar/

http://abclocal.go.com/kabc/story?section=news/entertainment&id=7946316