Entrevista - Eddie Van Halen - Billboard


Publicado em Junho, 23, 2015 - Fonte : Billboard

De Billboard.com, por Chuck Klosterman                                                                                                                     

   

 

Eddie Van Halen não ouve música.

Isto não é um alarme falso ou uma má interpretação, nem é uma afirmação aparentemente simples que realmente significaria o seu oposto. Eddie Van Halen realemente não ouve música. "Eu não escuto nada", ele me diz sentado em um sofá esverdeado dentro do 5150, o expansivo estúdio de gravação construído em sua residência de sete hectares em Studio City, na Califórnia. Eu só perguntei se ele ouve os antigos álbuns do Van Halen, mas o seu desinteresse nesses discos é apenas a ponta de um iceberg muito estranho: Ao contrário de todos os outros músicos que eu já conheci, ele não ouve qualquer música que ele não esteja fazendo atualmente. O guitarrista afirma que o último álbum que ele comprou foi somente o de Peter Gabriel, quando saiu em 1986. Ele não está familiarizado com o trabalho do Radiohead, Metallica ou Guns ‘N' Roses. Ele parece saber apenas uma música de Ozzy Osbourne com Randy Rhoads, que é a "Crazy Train". Ele mal ouviu Pantera, o mesmo que ele discursou no funeral do guitarrista do grupo e colocou a sua guitarra do Van Halen II dentro do caixão do homem. Ele não ouve o rádio em seu carro, para desgosto de sua esposa ("Eu prefiro o som do motor", diz ele). Ele timidamente admite que ele nunca sequer ouviu a maioria das bandas que abriram os shows para o Van Halen, e me pergunta: "Isso faz de mim um idiota?" Às vezes ele ouve Yo-Yo Ma, porque ele ama o som do violoncelo. Mas mesmo isso é raro.

"É uma coisa estranha, mas eu tenho sido assim toda a minha vida", ele continua. "Eu nem poderia gravar um disco contemporâneo se eu quisesse, porque eu não sei como soaria uma música contemporânea."

Quando ele era um estudante do ensino médio, ele era obcecado por Eric Clapton e levemente interessado no Black Sabbath e Deep Purple. E essa é toda a extensão de seu investimento como um consumidor de música. Ele pode intuitivamente aprender quase qualquer música que ele ouve e trabalha em sua própria música todos os dias - o arquivo 5150 está cheio até o teto com gravações inéditas - mas ele simplesmente não está intrigado com a música de outras pessoas (o último "novo" guitarrista que ele gostava tem 68 anos de idade e é um artista de jazz : Allan Holdsworth, que é oito anos mais velho do que ele). E se isso parece estranho, aqui está algo estranho: Poucos minutos depois dele me explicar isso, eu casualmente mencionei Taylor Swift como um exemplo de composição moderna. Mas antes de eu terminar o meu pensamento, Eddie Van Halen especula retoricamente sobre o papel que Max Martin pode ter dentro de seu processo de composição. Então, como é possível ele não ouvir música durante três décadas, mas ainda saber a reputação de um compositor sueco sem rosto que se especializa no alto brilho pop?

"Eu tenho um monte de alertas do Google configurados", diz Van Halen. "Eu acho que eu li algo em que alguém disse: “Se Max Martin tocasse guitarra como Eddie Van Halen, ele seria perigoso". Eu sei que ele é como um Desmond Child moderno. Ele faz todos os hits. Mas isso é tudo que eu sei sobre ele. "

É uma contradição - mas não é a primeira, nem a última.

Mesclando a partir da cena dos shows das "Garden Party's" de meados dos anos 70 em Pasadena, o Van Halen modernizou radicalmente a trajetória do metal americano, simultaneamente, tornando-o menos pesado, mais melódico, menos gótico e mais inclusivo. Os seis primeiros álbuns da banda venderam 34 milhões de cópias nos Estados Unidos, de acordo com a RIAA, pontuado pelo monstruoso single número 1 : "Jump" em 1984. Mas esse sucesso vulcânico se derreteu em um carrossel interminável de um alto perfil de reinvenção: O vocalista David Lee Roth seguiu carreira solo, o que levou o grupo a relançar a sua identidade com Sammy Hagar. Durante os 10 anos seguintes, essa versão mais refinada, menos bombástica do Van Halen vendeu mais de 14,7 milhões de discos - mas essa formação foi igualmente condenada, levando a saída de Hagar e uma ultra-breve reconciliação malfadada com Roth no MTV Music Awards de 1996. Debate que culminou em uma união de três anos desajeitados com Gary Cherone, ex-vocalista do Extreme, o único cantor Van Halen que saiu oficialmente. "Foi uma coisa estranha com Cherone", lembra Eddie Van Halen. "Nós estávamos nos preparando para sair em turnê, e, de repente, eu o vejo vestido com uma roupa tipo John Travolta – com essas grandes lapelas e um terno. E ele me diz:  “Este é o meu visual de palco”. Foi quando eu percebi que não iria funcionar. Mas eu não desgosto de Gary de maneira alguma".

Hagar voltou em 2003 (principalmente por fins lucrativos), mas saiu de novo depois de dois anos, desta vez seguido pelo baixista Michael Anthony (eventualmente substituído no Van Halen pelo filho de Eddie, Wolfgang). Rumores de que Roth gostaria de voltar à banda vieram progressivamente mais uma vez à tona. Em 2007, finalmente aconteceu. O que nos deixa onde estamos hoje, pelo menos até o momento. A formação atual lançou o disco “A Different Kind of Truth” em 2012, seguido por um álbum ao vivo em 2015, gravado no Japão. Curiosamente, A Different Kind of Truth incluiu um punhado de canções antigas abandonadas desde os primeiros demos da banda, selecionados por Wolfgang e liricamente atualizadas por Roth.                                                                                                                                

 

 

Eddie Van Halen olha para trás sobre essas transações da mesma forma que um veterano do Vietnã recorda o Camboja - alguns detalhes são vivos, enquanto outros se misturam, mas ele não tem nostalgia de nada disso. O guitarrista mais hyperkinético dos últimos 40 anos tornou-se, por falta de um termo melhor, extremamente normal. "Eu sou apenas um cara de camiseta e calça jeans", diz ele, enquanto pita compulsivamente um cigarro eletrônico Vamp. Ele já não fuma cigarros, tendo perdido cirurgicamente um terço de sua língua para um câncer que eventualmente caiu em seu esôfago. Ainda assim, ele não diz ao certo se os cigarros foram totalmente culpados.

"Eu costumava usar palhetas de metal - elas são de bronze e cobre - que eu sempre deixava em minha boca, no lugar exato onde eu tenho o câncer de língua", diz ele. "Além disso, eu basicamente vivo em um estúdio de gravação que está cheio de energia eletromagnética. Então essa é uma teoria. Quer dizer, eu estava fumando, fazendo um monte de drogas e um monte de tudo. Mas, ao mesmo tempo, meus pulmões estão totalmente limpos. Esta é apenas a minha própria teoria, mas os médicos dizem que é possível. "

A cirurgia ligeiramente afetou sua fala, da mesma forma que sua cirurgia no quadril em 1999 ligeiramente afetou sua mobilidade. Mas ele sai várias vezes por semana e parece notavelmente ágil. Como prova, Van Halen está prestes a embarcar em uma turnê norte-americana de mais de 40 datas. Ele será acompanhado por seu irmão baterista, Alex (a quem ele ama), seu filho baixista (a quem ele ama) e vocalista Roth (com quem não tem qualquer relação).

"Ele não quer ser meu amigo", diz Van Halen, aparentemente confuso. "Como posso explicar isso: a percepção de si mesmo de Roth é diferente do que ele é na realidade. Nós não temos mais os nossos 20 anos. Estamos com 60. Então aja como se tivesse 60. Parei de pintar meu cabelo, porque eu sei que eu não vou ser jovem de novo ".

Eddie adoraria fazer outro álbum Van Halen, mas diz que o plano tem obstruções: "É difícil, porque há quatro pessoas na banda: três delas gostam de rock'n'roll,  e um gosta de dance music", diz ele. "Isso costumava funcionar, mas agora Dave não quer vir para a mesa trabalhar." Dito isso, Van Halen ainda parece mais magnânimo para Roth do que ele faz em direção Hagar e Anthony. Ele jura que não tem ódio de ninguém, mas seus rancores são profundos (ele ainda está chateado porque o produtor de longa data Ted Templeman obrigou-o a desperdiçar uma composição original em um teclado Minimoog para colocar em "Dancing in the Streets" em 1982: "A única razão que eu construí este estúdio foi para chutar a bunda de Templeman "). A natureza fundamental de seu gênio confunde a lógica: Ele é um autodidata que pode tocar qualquer instrumento em que ele põe as suas mãos (ele é dono de um oboé, por exemplo), mas ele também é o artista de rock raro que estudou música na faculdade (ele e Alex estudaram do Pasadena Community College, no início dos anos 70). Ele é um pianista de formação clássica, mas ele não sabe ler música. E ele insiste que - se ele tivesse tido aulas adequadas de guitarra ele nunca teria desenvolvido as técnicas inovadoras que são agora regularmente ministradas por instrutores da guitarra renomados.                                                                                 

                                         

"Eddie tem o dom natural da melodia, com o mais tremendo groove de mão direita", observa Joe Satriani, um virtuoso companheiro que (ironicamente) agora toca na banda Chickenfoot com dois ex-membros do Van Halen. "Eddie colocou o sorriso de volta na guitarra do rock, em uma época em que tudo estava ficando um pouco sombrio. Ele também deixou mais de um milhão de guitarristas boquiabertos em todo o mundo, porque ele era tão bom. E original. "

Desde que lançou o instrumental "Eruption" em 1978, Eddie Van Halen foi pioneiro em uma carreira baseada em espanto e influência. A primeira pergunta que cada guitarrista rival perguntava ao ouvir o primeiro álbum do Van Halen era: "Como é que ele está fazendo aqueles sons?" E a segunda tenderia a ser: "E como eu posso copiá-lo?". Como consequência, os anos 1980 foram saturados com clones de Eddie Van Halen, os quais tentaram provar que eles também poderiam fazer o “Two Hand Tapping” com a mesma destreza. Mas nunca realmente funcionou para qualquer outra pessoa.

"Foi uma viagem diferente", lembra Eddie Van Halen. "Foi como: “Que diabos eu comecei aqui? Porque [essa técnica] tinha sido uma parte do meu modo de tocar por tanto tempo, e, em seguida, todos começaram a fazer igual. Eu não tomei isso como lisonjeiro. Mas em última análise, não importa, porque eu ainda toco dessa forma e nenhuma dessas outras pessoas continuaram com isso". Ele observa, ainda, que todos os clones de cabelos grandes ignoraram um aspecto sutil de sua metodologia: Ele sempre segurava o braço do instrumento com ambas as mãos enquanto ele fazia o Tapping (em oposição àqueles que apenas estalavam as cordas com os dedos de uma mão aberta). Agora, dizer por que esse detalhe faz a diferença é difícil de deduzir. Mas isso é apenas um dos mistérios inumeráveis ​​dentro de catálogo populista de Eddie Van Halen. Há muitas pessoas que podem  lembrar instantaneamente da primeira vez que ouviram as canções como: "Panama" , "Unchained" e "DOA" - mas Eddie Van Halen não está entre elas.

"Eu não tenho nenhuma memória de como cheguei a qualquer um desses riffs", diz ele. "Mesmo as coisas que eu escrevi para o último disco, eu não me lembro. As idéias somente aparecem para mim. Eu nunca sentei e decidi escrever uma canção. Eu nunca fiz isso".

Este sentimento se torna mais explicável quando você ouve como Eddie costumava trabalhar. A maioria das músicas de sua carreira, ele escreveu em turnê. Depois de cada show, os outros três membros da banda saiam para conhecer a cidade e festejar ("Meu irmão foi o maior badalador de todos eles", diz ele). Mas não Eddie. Eddie ficava sozinho em seu quarto de hotel, onde ele passava toda a noite bebendo vodka, cheirando cocaína e tocando guitarra com um gravador ligado.

"Eu não bebia para curtir", diz ele agora, sóbrio desde 2008. "O álcool e a cocaína eram coisas particulares para mim. Eu usava para trabalho. A cocaína mantém você acordado e o álcool diminui as suas inibições. Tenho certeza de que havia coisas musicais que eu não teria tentado se eu não estivesse nesse estado mental. Eu acabava tocando sozinho com um gravador ligado, e depois de cerca de uma hora, sua mente vai para um lugar onde você não está mais pensando em nada. "

Aqui, novamente, a contradição é gritante: Ao dirigir a maior banda festeira da Califórnia, Eddie Van Halen teve pouco prazer por festas. Drogas e álcool foram simplesmente interligados com um estilo de vida relativamente hermético. Na verdade, a maioria dos rumores sobre o alcoolismo de Eddie Van Halen adotam um tom excepcionalmente escuro, mais notavelmente em uma passagem na autobiografia de 2011 do Red Rocker Sammy Hagar - “My Uncensored Life In Rock", que retrata Eddie como um vampiro bêbado e violento, vivendo dentro de uma casa cheia de lixo que se assemelhava a mansão de Grey Gardens.

"Eu era um alcoólatra, e eu precisava de álcool para funcionar", diz ele agora. Durante anos, ele acordou todas as manhãs com o copo nas mãos. "Eu comecei a beber e fumar quando eu tinha 12 anos eu fiquei bêbado antes do colégio. Meu professor de ciências da nona série sentia o cheiro do álcool, e então ele me disse: “Não beba qualquer coisa que você não possa ver através dela”. "E eu dizia: “ Então, é só vodka?" E ele disse sim. Que foi ótimo, porque essa era a minha bebida ... Eu não estou culpando meu pai em tudo, mas ele era um alcoólatra também. Assim, em nossa casa, beber era normal. Mas isso nunca afetou seu trabalho, embora eu acho que não afetou o meu trabalho também. Por volta de 2004, eu suponho que eu me tornei um bêbado muito irritado. Mas [o material no livro de Hagar] foi definitivamente maquiado. Ele pinta um retrato de algo que nunca aconteceu. "

Não surpreendentemente, Hagar rebate sobre a descrição em seu livro: "Existe o que Eddie diz, e existe o que é a verdade", diz ele. "Estou feliz em ver que ele está saudável, sóbrio e tocando música novamente."

Parte do que torna difícil de interpretar a personalidade de Eddie Van Halen é a sua tendência de oscilar entre o perfeccionismo inflexível e leve apatia. Ao fazer os primeiros álbuns do Van Halen, ele costumava esgueirar-se de volta para o estúdio às quatro da manhã para corrigir erros que só ele podia ouvir. No entanto, ele também pode ser extremamente confuso ao falar sobre realizações significativas de sua carreira. Por exemplo, é amplamente sabido que ele não recebeu nenhuma compensação para tocar o solo em “Beat It” de Michael Jackson. O que é menos conhecido é que ele (provavelmente) merece um pedaço de crédito da criação da música também. Mas ele não se preocupa com isso de forma alguma. É quase como se ele não compreendesse a magnitude da canção, a fama da pessoa que cantava ou a singularidade de sua própria contribuição.

 

Eddie Van Halen em visita ao museu Smithsonian, fala sobre as raízes da imigração e a sua inovação na guitarra:

"Eu acho engraçado a forma como as pessoas falam sobre isso", diz ele. "Isso foi apenas 20 minutos da minha vida. E eu não queria ganhar nada para fazer isso ... Eu literalmente pensei comigo: “Quem é que possivelmente vai saber se eu tocar no disco desse cara?". Então eu fui para o estúdio e ouvi a música duas vezes, e eu não gostei da parte que eles queriam que eu solasse em cima. Eles queriam que eu fizesse o solo no intervalo . Então eu perguntei a Quincy Jones [produtor do Thriller] se poderia editar os acordes que seriam a base do Solo. Assim eu poderia tocar o solo em Mi, e com isso os acordes da base é que fariam o solo se tornar interessante. Então eu acho que reorganizei aquilo".

Neste momento, a única música nova na qual Eddie parece se animar sobre um próximo projeto solo é o de Wolfgang, 24 anos, que também está aperfeiçoando o set list para a próxima turnê (eles estão incluindo um punhado de músicas que nunca tocaram ao vivo - "Dirty Movies "," Drop Dead Legs", "Top Jimmy"). 

Classificar Eddie como um homem de família consumado pode ser um pouco exagerado, mas ele leva a sério os laços familiares: Alex é seu incansável melhor amigo, a relação dos dois foi fortalecida por conta da imigração dos dois ainda na infância de Amsterdã, em 1962 (quando chegaram nos Estados Unidos, os irmãos sabiam falar apenas quatro palavras em inglês :- "sim", "não", "motocicleta" e "acidente"). Ele ainda tem um bom relacionamento com sua primeira esposa (e mãe de Wolfgang), a atriz Valerie Bertinelli (quando Eddie se casou com sua atual esposa, a estonteante publicitária Janie Liszewski, em 2009, Valerie Bertinelli foi uma entre os 100 convidados escolhidos). Eddie não gosta da versão cover do Van Halen de "Big Bad Bill", de 1982, mas ele ficou muito feliz, pois seu pai músico foi capaz de tocar clarinete nela. E ele está convencido de que seu filho é um baixista melhor do que o Michael Anthony exilado, quase ao ponto do exagero.

"Cada nota que eu toquei, eu tinha de mostrar ao Mike como tocar", afirma Eddie Van Halen. "Antes de sairmos em turnê, ele vinha até a mim com uma câmera de vídeo e eu tinha que mostrar-lhe como tocar todas as partes." Ele nem sequer dá crédito ao Michael Anthony para seus backing vocals harmônicos, que os fãs classificam como uma parte integral da assinatura do grupo. "A voz de Mike é como um trompete piccolo. Mas ele não é um cantor. Ele só tem um alcance muito alto", diz ele. "Mike nasceu com uma voz muito alta. Eu tenho mais alma como um cantor do que ele. E você sabe, as pessoas sempre falam sobre a voz de Mike nas músicas do Van Halen, mas isso na verdade é uma mistura de voz de Mike e a minha voz. Não é apenas ele "(a refutação de Anthony a estas acusações é diplomática: "Tenho orgulho de dizer que meu jeito de tocar baixo e meu vocal ajudaram a criar o nosso som. Eu sempre escolhi ficar de fora dessa baixaria de bate-bocas que nunca terminam. Porque acredito que, em última análise, acaba ferindo os fãs do Van Halen".)

As razões de Eddie Van Halen desistir de Michael Anthony em 2006 são previsivelmente complexas - que envolvem o relacionamento de Anthony com Hagar, a sua falta de contribuição para o processo de composição e do fato de que ele não ligou quando Eddie desenvolveu um câncer (ou quando a mãe de Eddie e Alex morreu). Mas esse conflito alimenta uma questão mais ampla que é mais complicada: Por que Eddie Van Halen trabalhou tantas vezes com pessoas que ele parece não gostar? Ele não parece precisar de dinheiro ou gozar da fama. Ele admite que ele mal conhece as letras para a maioria das faixas Van Halen, o que significa que ele não se importa com as letras de músicas, ele não se lembra de inventar. Ele poderia passar o resto de seus dias a fazer música por si mesmo, em seu próprio estúdio isolado, e ninguém iria questionar a decisão. Então, por que, com a idade de 60, que ele continua a turnê com um cantor que o deixa doido de raiva? Porque ele se sente obrigado a fazê-lo.

"Eu acho que agora isso ficou imbutido no DNA das pessoas: que não será Van Halen se não for na voz de Roth", diz ele. "Essa conversa me traz de volta a estar no Pasadena Community College com Alex, onde todos esses caras do Jazz iriam nos chamar de prostitutas musicais, porque estávamos a fazer concertos em clubes de rock todas as noites e, em seguida, tropeçando de sono na classe no dia seguinte. Mas há um elemento de música que é para o povo. Você faz música para as pessoas. Caso contrário, basta tocar em seu quarto. E como você chega a mais pessoas? Dando-lhes a banda que elas conhecem. Para fazer isso de outra maneira seria egoísta".

O Van Halen está pegando a estrada. E eles estão pegando a estrada para você.                                                              

 

Essa história apareceu pela primeira vez na revista Billboard

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