Entrevista - Eddie Van Halen Guitar World 1996


Entrevista traduzida da Revista Guitar World - Dezembro 1996. Fonte: VHlinks.com

"Eruptions" - By Steven Rosen
Guitar World (Dezembro 1996)



Uma das primeiras coisas que você nota quando entra na sala de gravação do complexo 5150 estúdio de Edward Van Halen é uma série de 5 fotos instantâneas, tipo Polaroid, colocadas verticalmente ao longo de um espaço na porta de entrada. Quatro delas mostram Edward sentado em cima de seu amplificador 5150, rindo à toa, como se o fotógrafo estivesse simplesmente testando ajustes da câmera. A quinta foto capturou a banda: Edward, o irmão Alex, Michael Anthony e Sammy Hagar, acolhedores, sorrindo camaradamente, abraçados uns aos outros. A maioria adoraria esta foto, contudo, alguém colocou um alfinete amarelo bem na imagem do rosto de Sammy. A perfeita colocação no rosto dele indica que foi tão acidental quanto o assassinato de Lincoln. Hoje em dia é apenas algo como um ato Voddoo dos Van Halen, um ato veemente de tristeza.
Até agora, somente a morte cerebral está rondando o espaço dos Van Halen. O cantor Sammy Hagar está desaparecido, e sua sólida cumplicidade com a banda não passa agora de uma memória. David Lee Roth, ausente por mais de uma década, tornou a aparecer em um par de trilhas disponíveis no disco da banda 'Best of - Volume 1 Greatest Hits', a primeira compilação dos sucessos da banda. Mas, apesar dos rumores de que o cantor flamboyant  retornaria para a banda, o destino, a probabilidade, Eddie afirma diferente: Roth está fora, é história pela segunda vez. E é claro, o Van Halen tem uma poderosa razão para rejeitar uma reunião que poderia, somente, render mais diamantes em dinheiro para o grupo.
"Nós somos de planetas diferentes; nós não nos comunicamos bem", diz Eddie sobre Roth. "Nós apenas não vemos as coisas da mesma maneira. Eu não estou dizendo que ele é uma má pessoa - eu atualmente amo aquele cara. Porém eu não quero mais aquela energia negativa ao meu redor. Eu não sei como explicar isso, mas Dave meio que suga as energias ao meu redor". Assim, ao invés de David Lee Roth estrear uma dramática re-entrada no Van Halen, um cavalo azarão surgiu e foi chamado para este trabalho - nada mais do que o frontman do Extreme, Gary Cherone, conhecido pelas suas acrobacias no palco e ótimo alcance vocal, que impressionou Eddie pela sua forma tranquila de ser. "Ele é como um irmão. Ele é tímido, é um cara quieto, não tem atitudes que ferram tudo. Ele é apenas um belo ser humano. E além disso o cara canta como um anjo".
O Van Halen, que detesta os negócios do meio musical tanto quanto Roth se deleita nele, teve, nestes últimos meses, a incerteza tal qual de brincar no sol sem protetor solar. Em uma conversa intima que começou em alguma sala do Hollywood Hills e três dias mais tarde terminou com um jogo frenético de falas ao telefone, Eddie compartilhou com a Guitar World a sua visão da implosão massiva do Van Halen, a exposição ao público e a saída do poderoso frontman e temporariamente a ressureição de outro. Ele também falou sobre o recente lançamento do álbum Greatest Hits da banda, uma obra que revela profundamente como o guitarrista premiado amadureceu como artista e como homem, no curso destes 20 espetaculares, e turbulentos, anos.

Guitar World: Estes últimos meses têm sido difíceis para a banda.
EVH: Sim, os últimos três meses tem sido um prato cheio - e algumas sobremesas eu não tinha planejado entregar. Tem acontecido uma variedade de conflitos entre Sammy e a banda desde que eu parei de beber em 2 de Outubro de 1994. Em seguida as coisas realmente vieram à tona quando começamos a trabalhar na trilha sonora do filme "Twister". Eu fiquei tão mal que comecei a beber novamente.

GW:  Quais foram alguns dos problemas mais irritantes?
EVH: Bem, nos últimos anos, Sammy entrou em uma série de mudanças. Ele se divorciou de sua mulher após um casamento de 23 anos e, possivelmente por causa disso, ele deixou de trabalhar em equipe. Ele ficou especialmente irritado com o fato de eu ter começado a me envolver mais com as letras das músicas. Sammy poderia até me dizer: "Você nunca se preocupou com as letras antes!" Bem, eu não estava sóbrio antes, e então eu não estava prestando atenção nas letras! Não é como se de repente eu queria que Sammy fosse o meu fantoche ou algo assim, mas de vez em quando eu gostaria de fazer alguma modificação em alguma parte específica da letra, ou uma frase. Por exemplo, eu sempre odiei as frases "Wham, Bam, Amsterdam", do Balance, porque elas são sobre fumar, e são estúpidas. As letras tem que trazer algo que semeie um pensamento, ou pelo menos ser um pouco mais metamórfica.

GW: Então você começou a ter problemas com Sammy por volta da época das gravações do Balance?
EVH: Eu diria que na verdade, tivemos problemas em cada álbum exceto para o 5150. Sammy nem sequer trabalhou com o (produtor) Andy Johns em For Unlawful Carnal Knowledge; Ele exigiu trabalhar com Ted Templeman, porque Ted deixava-o longe de tudo. Então, como eu disse, as coisas ficaram realmente ridículas quando começamos a trabalhar na música para o Twister. Alex tinha chamado o diretor, Jan De Bont, para perguntar-lhe o quão perto ele queria que a letra da canção fosse "Humans Being" para estar relacionada com o contexto do filme. De Bont disse: "Oh, por favor não escreva sobre tornados. Eu não quero que isso seja uma narrativa para o filme." Então, nós o colocamos em contato com Sammy, que me ligou e disse: "Eu acertei com De Bont e está tudo legal." Então - talvez dois segundos depois que eu desliguei o telefone com Sammy - De Bont estava tipo: "Uh, Sammy é um pouco estranho. Eu continuei dizendo que ele não devia gravar quaisquer letras sobre tornados, mas ele ainda continuou insistindo que sim. Eu enviei um fax para ele com jargões técnicos relacionadas com o tema "tornado". Será que Sammy só quer aprender sobre tornados por suas próprias razões pessoais? " Eu disse: "Isso é o inferno pra mim." E depois então o que Sammy nos trouxe para a letra? "O céu está ficando preto, dedos ficando brancos, dirigindo-se para a zona quente." Era uma letra sobre furacão! Não só Alex disse-lhe para não fazer isso, mas o diretor da porra do filme lhe disse: "Não escreva sobre tornados." A situação com Sammy era tão ruim que eu tinha que avisar ao Bruce não deixá-lo saber que eu tinha vindo com o título e a melodia, porque se descobrisse, ele teria completamente se desligado. Se alguma vez eu sugerisse algo para Sammy, ele iria parar de falar comigo ".

GW: Havia um monte de rumores circulando de que Sammy estava infeliz com a banda porque ele se sentia sendo forçado a fazer projetos que ele não queria fazer parte.

EVH: Sammy estava morto de raiva sobre o Greatest Hits porque ele estava com medo que iriam fazer comparações entre ele e David Lee Roth. Eu disse: "Espere um minuto, Sammy! Esta banda tem feito gravações por 20 anos e nunca lançamos um Greatest Hits, mas você já tem dois deles (o melhor de Sammy Hagar, 1992; Out of the box, 1994). Isto só serve para mostrar que, em sua mente, ele sempre foi um artista solo - uma vez um artista solo, sempre um artista solo. Ele só entrou no Van Halen para o próprio prestígio dele.

GW: Qual foi a reação do Sammy quando você decidiu começar a trabalhar com Glen (Ballard, produtor)?

EVH: Tivemos várias reuniões da banda com Sammy onde nós lhe dissemos que se ele queria continuar com o Van Halen, ele tinha que parar de correr por aí fazendo toda a sua merda de solo e trabalhar mais em  equipe - e que pode envolver a colaborar num nível lírico. Ele disse: "Não tem problema." Tivemos outra reunião para reiterar isso após a estréia do Twister. Então, logo após isso, começamos a trabalhar em "Between Us Two," porque achei que ele tinha potencial incrível. Sammy chamou Mike numa tarde de domingo e disse: "Ouvi dizer que Glen tem algumas grandes ideias para a música. Estou muito animado". Em seguida, ele me ligou naquela noite para me dar seu número de fax para que eu pudesse passar o fax sobre as letras de Glen. E, de repente, eu estou no meio dele me dar o número, e ele começou a gritar e, gritando para mim: "Esta é uma porra de um insulto! Eu não vou cantar uma besteira feita por outra pessoa!"
Eu estava totalmente espantado, dizendo: "Espere um minuto, nós discutimos isso em conjunto em duas ocasiões. Nós não forçamos isso para você, cara." Finalmente, eu disse: "Tudo bem, esqueça o novo tratamento lírico, mas, pelo menos, faça algo, dê mais um passo no desempenho e mude algumas linhas." Ele simplesmente respondeu: "Sim, bem, que seja." Foi quando eu finalmente coloquei o meu pé no chão, eu disse: "Sammy, se você não estiver aqui no estúdio as seis horas de amanhã, nem precisa voltar." No dia seguinte, ele apareceu como se nada tivesse acontecido - como se não tivesse gritado para mim. Ele achava que eu era algum idiota que não se lembrava do que tinha acontecido na noite anterior? Estou sóbrio agora, cara. Glen e eu estávamos sentados lá, trabalhando na música, e a linha de abertura era algo como: "Eu quero ver você / Eu quero saber quem você é" - algo tipo 'The Dark Side of the Moon", o ser premissa, "Eu quero tocar sua alma, eu quero conhecê-lo." Então Sammy decidiu alterá-lo para alguma merda como: "Eu não posso ver seu anel de diamante / através de sua estrela brilhando." Eu dizia: "Sam, por favor, Glen tem algumas ótimas letras bem aqui, basta seguirmos com elas." Sua única resposta foi: "Se eu achasse que essas letras eram melhores que as minhas, eu iria cantá-las. Além disso, tenho um avião para pegar, e serão oito horas de vôo." E ele acabou saindo. Glen e eu estávamos pasmos. Então Glen me perguntou: "Quanto tempo ele tem estado assim?" Eu disse: "Mais do que eu gostaria de mencionar." Então, de qualquer maneira, foi a última gota. Liguei para Sammy um monte de vezes, e quando ele finalmente retornou os meus recados, eu disse: "Sam, se você quiser fazer um outro disco ou fazer outra turnê, você tem que jogar em equipe. Van Halen é uma banda - não é o show Sammy Hagar, não é o show de Eddie Van Halen, Alex Van Halen, ou Michael Anthony. Nós ficamos putos em certos momentos importantes, mas nós somos uma banda". Então eu fui assim com essa merda umas 11 vezes com calma, e ele finalmente disse: "Sim, caramba, eu sou um porra de frustrado. Eu quero voltar a ser um artista solo." E então eu disse: "Obrigado por ser honesto." Nós desligamos o telefone como se tudo estivesse ok porque era tudo um papo bem aberto. Ele admitiu que ele queria fazer carreira solo. E eu disse: "Bem, você não pode estar em uma banda e fazer isso ao mesmo tempo, então, nos vemos por aí..." Eu não o demiti. Ele simplesmente desistiu. Para colocar isso de forma simples: Dave e Sam ambos sofrem de LSD - a doença de cantor. Porém Dave nunca mentiu. "

GW: Falando em David Lee Roth, como foi que ele voltou -- e em seguida saiu fora de cena?

EVH: Com Dave aconteceu de chamá-lo de volta na mesma época que Sammy saiu, porque a Warner Bros. notificou a ele que Greatest Hits iria sair, e ele tinha algumas perguntas sobre as embalagens e outros detalhes como desse tipo. Eu disse: "Humm, Dave, eu realmente não sei ainda. Eu vou chamá-lo no meio da semana e te falo." Nós estávamos no telefone por cerca de 45 minutos, e pedimos desculpas por coisas que haviamos dito ainda no colegial - ainda na adolescência. Foi provavelmente uma das melhores conversas que eu já tive com ele. Especialmente desde que, desde que eu o conheço, nunca fomos realmente amigos, mas para a banda, ele parecia funcionar. Alguns dias mais tarde, em vez de nos chamarmos David para falar sobre as informações sobre o CD, eu decidi ir até sua casa. Eu disse a ele que a idéia básica era fazer um único CD que seria metade das coisas que fizemos com ele e metade das coisas que fizemos com Sammy. Esse foi outro grande problema que tivemos com Sammy, a propósito: ele queria ter mais de suas canções nas Greatest Hits do que Dave.

GW: Como foi estar na casa do Dave pela primeira vez?

EVH: Nós apenas tivemos um grande momento de falar besteira como amigos. Nós conversamos por cerca de três horas e fumamos alguns cigarros. Foi apenas cerca de duas semanas mais tarde que eu percebi que a única música nova que tínhamos para o Greatest Hits era "Humans Being", então eu vim com a idéia maluca de pedir a  Dave para cantar em um par de canções novas. Nós pensamos sobre isso por um par de dias e disse: "Sim, por que diabos não?" Então eu chamei Dave e disse: "Você estaria interessado?" E ele disse: "Claro, eu não estou fazendo nada." Pra mim estava muito claro que ele não estava na banda - que seria apenas um projeto. O que eu queria fazer era escrever cinco novas músicas e escolher duas dessas cinco. Tivemos um pouco de dificuldade porque nós escrevemos uma canção para ele que ele particularmente não trabalhou. Não era o seu estilo. Então, nós passamos para Glen Ballard e e sentei-me com Dave, e eu acertei com ele todo esse material novo que eu tinha. Eventualmente nós reduzimos tudo para somente essa música pop, "Me Wise Magic", e um shuffle, "Can't get this stuff no more", como na "Panama" um tipo de um groove. "Me Wise Magic" tem uma linha na mesma praia: "Eu sei que você está pensando", e Dave se sentia desconfortável com isso. Ele disse: "Isso soa um pouco agressivo, não sou eu. As pessoas querem ouvir Dave cantar." Mas eu pensei que era majestoso; levaria você em uma montanha-russa, porque há tantas mudanças. Eu apelidei-a de "As Três Faces de Shamus," porque há essa primeira parte baixa, a parte alta, e, em seguida, o refrão. Todas as três partes têm completamente diferentes vibes acontecendo. No começo, ele não estava de cabeça em tudo. Uma semana depois, eu ainda estava trabalhando nas músicas quando, finalmente, ele disse: "E sobre o primeiro?" Então, finalmente, David veio e percebeu que aquele trecho da música não era tão negro e agressivo quanto ele pensava inicialmente. Durante o processo, Dave e eu estávamos nos tornando realmente bons amigos. No meu coração eu realmente queria acreditar que ele tinha mudado um pouco. Nós trabalhamos e trabalhamos e ele realmente me agradeceu por trabalharmos lá com ele. Foi uma luta para encontrar qualquer coisa que pudesse inspirá-lo e que ele podesse se conectar. Finalmente, surgiu com a outra canção, e Glen sugeriu o título e a premissa. Dave veio com as letras, e funcionou. Dave disse: "Obrigado, porque outra pessoa teria provavelmente jogado tudo nas minhas mãos e iria dizer: foda-se, faça a música." E eu disse: "Bem, você tem se esforçado. Pode demorar o tempo que quiser. É tudo sobre como fazer uma boa canção. Não há nada contando o tempo aqui... Ela não tem que ser feita amanhã. Eu só queria encontrar algo que você gostasse, e eu estou feliz por ter encontrado algo ".

GW: Assim vocês dois estavam aptos a passar por cima dos problemas do passado?

EVH: Ah, sim, nós, na verdade nos tornamos amigos. Antes de irmos para os prêmios MTV Video Music, todos nós nos sentamos - (produtor do Van Halen) Ray Danniels, Dave, Al, Mike e eu - porque sabíamos que íamos ser assediados pela imprensa. E foi realmente Dave, que disse: "Vamos dizer a verdade." Ao menos para lembrar. E a verdade é, nós fizemos duas músicas para Greatest Hits, que fez dois vídeos e é isso. Nós poderíamos ir lá e fazer uma turnê matadora com Roth, mas nós não somos uma banda de nostalgia, eu nunca iria apenas tirar dinheiro de alguém para tocar músicas antigas para trazer de volta memórias. As memórias são memórias, para ser deixadas para trás. Se fosse pra fazer isso com Roth, nós teríamos que escrever e gravar um novo disco e, em seguida, tocar alguns dos antigos hits. Tenho certeza que um monte de fãs da banda gostariam de vê-lo - mas algumas coisas, como eu disse, é melhor deixar para a memória.
   

GW: Então porquê não fazem um novo disco com David? Existem ainda algumas mágoas?
                                                                            

EVH: Tudo caiu em pedaços no MTV Video Awards. Depois fomos para o palco para apresentar o prêmio de Beck, nós começamos a fazer algumas entrevistas lá, e eu estava apenas dizendo a verdade - do jeito que combinamos. Eu disse: "Se fizermos uma turnê nós vamos ter que escrever e gravar - um novo disco." Mas antes de qualquer coisa que possa acontecer, tenho de substituição do quadril agendada para 16 de dezembro, e que vai colocar-me fora de ação por pelo menos de quatro a seis meses". Depois de fazer um par dessas entrevistas, a atitude de Dave mudou. Perguntei-lhe o que estava errado, e ele disse: "Bem, o que é essa coisa de quadril? Quer parar de mencionar a coisa do quadril? "Eu disse:" Tudo bem, não há problema. Na próxima entrevista que eu não vou dizer uma palavra sobre meu quadril. "Ele se virou para mim e disse:" Filho da puta, não vai sempre falar comigo ou com alguém assim novamente. Não se dê o trabalho de me chamar novamente". Eu pensei que ele tinha mudado, mas em apenas dois minutos no palco e uma meia-boca de ovação de pé e ele voltou a ser o Dave que eu odiava.

GW: Quem escolheu as musicas para o Best of Volume '?

EVH: Ray e Alex vieram com uma lista e eu apenas olhei para eles e disse: "Sim, porra, eu não me importo." Porque não há um segundo volume pronto para sair. Há uma tonelada de outras canções que as pessoas se chateiam quando não tocamos !!

GW: Em outras entrevistas anterioes, você disse que não queria um disco greatest hits?

EVH: Eu mudei de idéia. O que há de errado com isso? Valerie [Bertinelli, esposa de Edward] está sempre na Internet, e para muita gente lá fora, sua primeira exposição à banda foi o Balance. E quando descobrirem que temos 10 outros álbuns, eles vão sair e comprar todos. Então, por que não colocar em um disco um conjunto para que eles possam, pelo menos, obter um sabor e uma história da banda? O próximo ano será o 20º aniversário da gravação do nosso primeiro álbum, então eu não vejo um problema com a colocação de um maior número de sucessos - não tanto como o próximo álbum que estamos fazendo. É grande.

GW: Qual equipamento você está usando nas recentes gravações?

EVH: A essência do som é o 5150. E eu tinha experiementado algumas coisas novas - eu usei um talk box em "Can Get This Stuff No More", mas Matt Bruck [Bruck, técnico de guitarra de Van Halen] na verdade, fez para mim. A minha boca não era grande o suficiente ou algo assim, porque quando eu tentei, ele soava como um wah-wah. Toquei e, em seguida, nós adicionamos mais tarde com Matt fazendo através de uma re-amp ou o que quer que você possa chamá-lo. Em "Me Wize Magic" Eu estou usando o prototipo Peavey com o tremolo Steinberger.

GW: Durante o período que você estava nos infernos com os vocalistas, você por acaso pensou em juntar as coisas e fazer um álbum solo?

EVH: Não mesmo. Há muito tempo atrás, quando Dave totalmente nos pegou de surpresa ao sair, nós não fizemos audição com ninguém. Foi Sammy e só isso. Estávamos simplesmente animados por ter alguém que estava cantando. Na verdade, o meu plano no momento - e eu não necesariamente chamaria de um disco solo, porque Mike e Alex teriam tocado nele - era fazer algo com Mike Rutherford [Gênesis], Pete Townshend, Phil Collins e Joe Cocker, todos os quais eu havia falado. Eu tinha escrito "Right Now" naquela época e eu queria Joe Cocker para cantar essa. Teria sido muito foda. Isso é o que eu queria fazer, escrever um registro onde fiz toda a música e tinha um cantor diferente em cada canção. Logisiticamente teria sido um pesadelo - pessoas na assistência, acordos contratuais, empresas mijando e gemendo - e nós provavelmente só estaríamos terminando-o agora. Mas teria sido divertido. Esperemos que, no futuro, eu ainda seja capaz de fazer isso.

GW: Olhando o Best of Volume 1, que tipo de pensamento vem à mente: Você tem algum sendo de 20 anos de um intenso volume musical que você criou?

EVH: Acredite ou não, desde que fiquei sóbrio, eu não penso o que eu fiz ou não. Eu não penso sobre nada do que fiz.
Eu sempre estou sentindo como se estivesse começando.

GW: Você diz que se sente começando, mas a verdade é, Van Halen é uma das maiores bandas de guitar-rock que existiu até agora nos anos 90. Muitas de outras bandas que vieram dos anos 80 acabaram.

EVH: Vamos apenas nos chamar de uma banda de rock and roll. Nós apenas somos o que somos. Eu não tenho como explicar isso, nós sobrevivemos do punk da primeira vez, nós sobrevivemos a discoteca e grunge e rap e tudo. Nós somos uma banda de rock and roll e nós apenas fazemos o que fazemos.

GW: Você tem alguma opinião formada sobre outras bandas de guitar-rock aí fora: Como o Metallica, talvez, ou Soundgarden, ou alguma outra?

EVH: Não. Eu não escuto outras pessoas. Eu gosto de cantores. Eu gosto do Peter Gabriel, eu amo Chris Cornell, eu gosto de Tori Amos, o cara do Blush. E penso que Kurt Cobain era mesmo incrível. E Billy Corgan também.

GW: Quando você fez aquela capa para a revista com Corgan (Guitar World de Abril de 1996), você sentiu alguma conexão legal com ele?

EVH: Ah sim, porque ele é provavelmente um dos poucos músicos alternativos, ou o que você quiser chamá-lo, que admite que o Van Halen foi uma influência. Todas as pessoas dizem que foi o Kiss. Quero dizer, me dê um tempo porra. Se tocam guitarra, eles devem ter ouvido Van Halen em algum lugar pelo menos uma vez na vida. Eu só não vejo o Kiss sendo um tipo de inspiração para a guitarra. Quer dizer, eu não estou colocando o Kiss para baixo em tudo, eu amo Gene [Simmons], ele nos ajudou no começo e sem ele nós provavelmente não estaríamos onde estamos. Mas dizer que Ace Frehley foi a razão de você pegar a guitarra? Não mesmo.

GW: Você se preocupa com o que todas as pessoas irão pensar sobre as mudanças na banda, principalmente com a vinda de Gary Cherone?

EVH: Não. Porque você não consegue agradar a todos ao mesmo tempo. Não importa quem cante, sermpre alguém não irá gostar. Eu estou cansado de ser controlado, e eu não quero estar no controle. Eu apenas gosto e faço música, e quero colocá-la para fora. Gary é muito talentoso, e nós trabalhamos muito, muito bem juntos. Bom, nós vamos colocar o Greatest Hits em curso, e então colocaremos novas músicas pra sair em um disco novo. Eu não me importo. Se isso tocar as pessoas, será ótimo. Eu não me importo se vender milhões, eu não me importo se vender 1/3 do que vendemos anteriormente. Isto não é sobre vender - Isto é somente sobre o amor à música.