Entrevista - Alex Van Halen


Entrevista concedida à revista Modern Drummer, em Abril de 2008.
(Fonte : Van Halen 5150 Blogspot)

            (arquivo dessa entrevista em PDF)                                                                                                                               

Alex Van Halen está de volta à estrada com seu irmão Eddie Van Halen, seu sobrinho Wolfgang e David Lee Roth com a banda que leva seu nome. Faz quatro anos desde a última turnê do Van Halen, mas para eles foi como se tivessem viajado milhões de quilômetros. A banda sempre tocou o puro Rock´N´Roll. Grandes sucessos como ‘’ Jump”, ‘’Dance The Night Away”, ‘’Panama”, ‘’Runnin´ With The Devil”, ‘’Pretty Woman” e ‘’Hot For Teacher” são hinos que marcaram uma geração que ignorou o disco e o punk.

Da mesma forma que seu irmão Eddie toca sua guitarra de forma brilhante, Alex segura um groove de proporções titânicas, usando um kit colossal reforçado por dois bumbos, octobans e acessórios de percussão. Enquanto cita Ginger Baker e Buddy Rich como influências, o estilo de Alex sempre foi algo grande, agregando a energia de um tanque de guerra às músicas do Van Halen, combinando suas notas com o estilo agressivo de Eddie.

Mesmo com os rumores sobre a saúde de Eddie e seu forte temperamento, quando o Van Halen subiu no palco em Meadowlands, todos os pensamentos sobre problemas passados e ex-baixistas sumiram. E no centro da tempestade, olhando o passado, mas vivendo o presente, Alex mostrou maturidade com partes iguais de bom humor e alegria. Tocar bateria como terapia e elevação espiritual aqui e agora ? Alex faz isso.

Já faz um tempo desde a última turnê do Van Halen. O que vocês fizeram para voltar à forma ?
Alex: Ed e eu tocamos todo dia, então não tivemos de voltar à forma. É uma disciplina forçada que temos, uma rotina. Tocamos uma vez por dia, todos os dias, por umas duas horas, às vezes menos, às vezes mais. Em algumas ocasiões as coisas evoluem. Ed possui idéias, e muitas vezes algo que eu esteja tocando também as trazem à tona. Mas não há um objetivo em mente. Não pensamos: ‘’Vamos fingir que somos criativos e gravar um disco”.

Qual é a sua configuração no estúdio ? Quantos bumbos ?
Alex: A única razão pela qual uso dois bumbos é que meu pé direito não é rápido o suficiente para realizar algumas coisas que gosto de fazer, especialmente em alguns shuffles. Quando se trata de ver o que realmente se precisa para tocar, você usa um hí-hat, uma caixa, um ride e um bumbo. Acho que quanto mais equipamento você usa, menos criativo você é. Em estúdio, normalmente uso uma caixa, um bumbo, um hí-hat e um prato. Talvez um tom. Descobri que usar um kit menor ajuda a ser criativo. Do contrário, caímos nos mesmos velhos padrões. Além disso, você pode se distrair com tanta coisa.

Sua técnica é muito elástica e flexível e seus pulsos são bastante soltos. No show de Meadowlands você tocou como se tivesse borracha nos braços. Além disso, seus toques de baquetas levantam-se bastante em relação aos tambores. Isso é resultado de se manter relaxado ? O que mais faz parte dessa sua abordagem ?
Alex: Em parte é porque tive problemas com tendinite. Para ser elástico ao tocar, você deve estar relaxado. Pratico a arte marcial Shodokan para me manter relaxado enquanto faço esforço. Cada pequena tensão cria um problema. É o tal clichê: eles te dizem para relaxar, mas é difícil fazer isso. Você tem de ser relaxado.

O que o levou a fazer artes marciais ?
Alex: Isso veio de um ferimento. Fraturei meu pescoço 20 anos atrás. Há dez anos, isso se tornou um problema. Eu estava usando um protetor de pescoço para mantê-lo alinhado. Se ele se desalinhasse, meu braço e minha perna poderiam dormir. Meu pescoço estava sendo estrangulado pelo tecido do disco.

Imagino que os médicos lhe disseram para não tocar bateria.
Alex: Claro! (risos) Começou em 1995, quando fui à festa de aniversário de Wolfgang na Disneyworld. Caí sem razão aparente. Isso me remeteu às minhas quatro hérnias de disco e á fratura dos ossos do pescoço, causada por um acidente com esqui aquático. Após o acidente, fiquei paralisado por uma hora, então tudo voltou sem problemas. Dez anos depois, já que meu corpo estava contrabalançado por muito tempo, ele travou.



Você não sentia dores na coluna ?
Alex: Sim, mas ignorava. Quando desmaiei, no início da nossa turnê do Balance, não foi divertido. Então comecei a estudar artes marciais e trabalhar a postura com a técnica de Alexander, que mostra como usar o corpo corretamente.

Quebrando Tudo:
Inicialmente você usava a pegada tradicional ?
Alex: Sim, mas o som da guitarra e do baixo eram tão altos que tive que mudar para a pegada paralela. Ed e eu começamos tocando jazz. Nosso pai nos levava para clubes de jazz. Essa experiência ficou marcada profundamente em meu DNA. Eu entendo a relação entre a música e o público, e como funciona a sua dinâmica em uma noite.

Pode-se ouvir a influência do jazz na sua forma de tocar, pois sua técnica é solta e propulsiva ao mesmo tempo. Sua forma relaxada de tocar não é muito vista em estilos como Hard Rock ou Metal.
Alex: Nem sempre foi assim. Você passa por mudanças. Quando perguntaram a Ginger Baker qual é a função do baterista em uma banda, ele falou que era fazer os outros músicos rirem bem. Ele não falou isso com arrogâncias, mas agora entendo o que ele disse. Você pode se encaixar na música. Você pode ser um Buch-Rich, mas não pode fazer tudo aquilo ao mesmo tempo em uma música simples, e sim o que aprimoram a ela. Jeff Porcaro compreendeu isso. De modo de como fazer as coisas se moverem sem pausar o que estava tentando fazer um solo. Nos anos 80 nossa música era um pouco bombástica. Tentamos nos posicionar como músicos e mostrar nossas melhores qualidades, esses elementos diferentes me levaram a levantar a mão e quebrar tudo.

Se vocês estavam fazendo isso no início de 1980, como você compara ao estilo que você está fazendo agora ?
Alex: Ah...É refinado. Antes não queríamos que ninguém soubesse que passamos por um momento clássico e que nosso instrumento principal era o plano. Começamos com o jazz que era muito diferente do Rock’N’ Roll. Li um artigo interessante com o Steve Smith em que ele falou sobre as diferenças do tempo e a idéia de pulso. Era algo que sempre entendi, mas que não podia articular. A questão é que eu e meu irmão começamos tocando em dupla, queríamos groovar juntos. Quando estávamos elaborando uma música devendo à nossa formação clássica, sabíamos que deve-se as mudanças de dinâmicas e de ritmo em sua vantagem. A idéia de tentar criar um tempo estritamente metronômico é sem sentido. Quando você chega a uma parte que precisa de espaço, dá uma ralentada. Então acelera e sobe o volume. Quando escuto nossos antigos disco , o tempo flutua e a música respira. É algo orgânico. Você nem espera nisso, pois está concentrado na música.
Mas o Van Halen provavelmente usou um click em seus últimos discos.
Alex: Aprendi como fazer isso. Em vez de tocar com o click, você pensa como se tocasse com outro membro da banda. Você pode tocar "ao redor"  dele.

Devolvendo ao Universo

Você segue um regime de prática, e isso o leva a um aquecimento antes da gig ?
Alex: Antes do show apenas toco rudimentos. Uma vez eu estava sentado no backstage com o baterista de Kenny Chesney, e ele me mostrou um exercício que nunca tinha visto. Você toca um shuffle com a mão esquerda, a semínima e duas colchelas pontuadas com a mão direita e então adiciona tercinas com seu pé direito, mas apenas os seus dois últimos toques. Você pode tocar a primeira nota da tercina com o hi-hat.

Essa prática é uma forma de manter as coisas interessantes para si mesmo ?
Alex: Estar em uma banda é muito mais que apenas música. Desde o começo eu tinha muito a aprender com os Beatles e o quão bem eles lidavam com a publicidade. Eu achava que o “A Hard Day’s Night” era de verdade. O impacto que a música pode ter na fabricação da percepção das pessoas acerca do que é popular, e como ela ressoa em um nível mais alto, sempre me fascinaram. Como essa banda pode ser maior que nós quatro ? Não é uma questão sobre mim e o meu espaço, e sim sobre nós.

Você quer dizer que se preocupa mais com a banda como um todo do que em trabalhar sua técnica ?
Alex: Sim.

Mas , como baterista , você deve manter suas habilidades.
Alex: Eu sei disso [risos]. É 90% pratica, e o restante é talento.

Então tocar bateria é uma coisa natural para você , como vestir um jeans ?
Alex: Ed e eu tocávamos piano, mas eu fui para a bateria. Quando a banda do meu pai ensaiava em casa, eu pulava no kit. Ele pareceu muito natural para mim. Se o baterista não podia tocar na turnê do meu pai, eu podia substituí-lo.

Quanto tempo você se aquece antes de um show ?
Alex: Meia hora. Normalmente toco em um travesseiro. Não gosto de pad. Prefiro algo sem rebote. Tive o prazer de me encontrar e ter uma aula com Jim Chapin. Ele se sentou ao kit e me mostrou algumas coisas. Ele soa muito vivo, e aos 80 anos! Quando ele terminou a aula, eu agradeci. E ele disse: “Isto vai lhe custar 80 dólares” [risos]. Eu paguei e dei a ele uma carona.

O que Jim te mostrou nesta aula ?
Alex: Apenas a técnica Moeller. Provavelmente não a estudei o tanto quanto deveria, mas eu a uso.

A técnica Moeller aparece em seus toques de baqueta bastante elevados ?
Alex: Um pouco, além do trabalho de tensão e relaxamento. Tenho feito isso por 40 anos, então quero ter certeza de que nada se quebre. Uso mais a técnica alemã que a francesa.

Você ainda tenta aprimorar suas habilidades como baterista ?
Alex: Bom, deixe o Vinnie fazer isso (risos). Brincadeira. Para tentar explica sobre do que tratam o ritmo e a bateria, isso vai além da mecânica. Vai além dos rudimentos. Vai além do fato de fazermos algo desta ou daquela forma. Vai além de alguém tocar um ritmo latino em 4/4, o que chamamos de “latino de branco” quando não se toca da forma que deve ser. É tudo uma questão de variação. Mas por trás disso há o pulso, e acima disso a nossa experiência do que estamos fazendo. Se você está expressando a si mesmo, está devolvendo ao universo, seja conseguindo aplausos do público ou fazendo isso pela sua satisfação. É tudo sobre isso. Se você não gosta de tocar, então torna-se trabalho. Adoro aquela frase de Charlie Watts, quando pergunto o quanto estava gostanto da turnê. Ele falou: “É um trabalho muito árduo!”

Você se sente assim ?
Alex: Em 1995 sim, mas não nesta turnê. Quando se passa por problemas físicos e você deve fazer algo sem travar, então realmente é um trabalho duro.

Há coisas que você faz agora para garantir que nada trave ?
Alex: Existem coisas que eu não faço mais (risos).                                                                                                      
A Busca pelo Som

Você tem interesse em manter sua técnica de bumbo equiparada aos bateristas atuais ? Você escuta a alguns jovens que são rápidos nos dois bumbos, como Joey Jordison, Chris Adler ou Jason Bittner ?
Alex: Gosto de desafios, mas para mim deve haver adequação com a música que estamos tocando. De outro modo, não faz sentido. Mas, sob um ponto de vista estritamente mecânico, eu me impressiono com quem é apto a tocar assim.

Você não está preocupado em tentar adaptar essa técnica com o Van Halen ?
Alex: Não atualmente. Mas se eu apresentasse algo assim para Ed, ele escreveria algo baseado nisso.

Você é fã do John Bonham ? Analisa sua forma de tocar ?
Alex: O que eu realmente gostava é que Jimmy Page investia tempo para fazer o som da bateria uma parte integral do processo de gravação. Ed e eu sempre procuramos pelo melhor som e pelas melhores texturas.

Como você orienta seu técnico de bateria Scott Oliver, para afinar o kit ?
Alex: Temos uma passagem de som de uma hora em cada gig, e é quando eu afino. Como disse Buddy Hich, “Você não afina, você tensiona”. Em meus bumbos, quero punch. Se ele fica muito agudo, vai ressoar muito. Então o afino na região em que ele ressoe menos. Uso batedores de feltro, pois não quero dar chance de um batedor de madeira atravessar uma pele durante um show. Mas, em estúdio, uso madeira.

Seu kit de turnê, com dois bumbos, parece ter um bumbo extra ligado ao principal. Isso é por uma questão de sonoridade ou visual ?
Alex: O tambor externo ressoa. Há um bumbo grande, ligado à metade de outro bumbo. O tambor menor é preso ao tambor principal e vibra. Dá um som mais balanceado. Eu não queria quatro bumbos, mas queria mais de dois. Isso é meu parque de diversões, e se quiser usar tambores quadrados ou cem tambores, eu uso.


Como este kit difere dos seus mais antigos ?
Alex: Este é o kit com melhor som que já tive. Possui menos tambores que alguns de meus kits antigos. Para o som do kit no local, dependo do técnico de som. Muitos desses caras tiram apenas um som de “tick” e graves. Eles deixam as demais freqüências para os vocais, baixo e guitarra. É mais fácil de mixar. Errado.

Sua caixa sempre soou como um foguete.
Alex: É uma caixa Ludwig de madeira. Sempre usei um modelo Ludwig de aço, mas um dia meu técnico trouxe um tambor de madeira e soou bem. Não afino muito apertado, procuro o ponto doce. Se você aperta muito, soa como pipoca pulando. Muito grave também não soa bem. Anos atrás, os técnicos costumavam usar muita fita nos tambores para abafar a ressonância, mas agora não mais. Isso se tornou um problema, pois todas as notas em dinâmicas mais baixas se perdiam. Você conseguia o som claro que queria, mas o que mais ? Nada.

Você abafa a caixa ?
Alex: Uso todos os meus tambores bem abertos.

Pode-se ouvir isso no bumbo. Eles soam como canhões. Mas como isso muda no estúdio ?
Alex: É sempre o mesmo. E eu toco com o mesmo volume de dinâmica no estúdio. Quando gravamos, é como os Stones. Eles começam a tocar. Se o terceiro take é o bom, então é o escolhido. Ed e eu tocamos até nos sentirmos confortáveis.

Existe algum baterista , novo ou antigo , que inspire sua forma de tocar atualmente ?
Alex: Escuto a todos. Mas você acaba se inclinando ao material antigo que remete à memória de sua infância. Mas a música possui um fluxo constante.

Questões Familiares:


    Wolfgang Van Halen

Qual a diferença no groove , tendo Wolfgang no baixo em vez de Michael Anthony ?
Alex: Eu nunca comparo as pessoas.

Por que não ?
Alex: Porque sempre haverá um perdedor e um ganhador, e não é questão disso. É como comparar Dave Wechl a Vinnie Colaiuta. Cada um é cada um. Competição só existe em esporte. Mas devo dizer que Wolfgang tem um belo groove. É difícil ouvir em um show ao vivo, mas quando gravarmos um disco você vai notar. Wolfgang é um músico. Volto ao que Steve Smith disse sobre a definição da diferença entre tempo e pulso. O pulso agora é muito profundo. Não consigo explicar, mas dá pra sentir. Eddie diria a mesma coisa: se Wolfgang não fosse capaz, sendo filho ou não, ele não estaria na banda.
Manutenção do Tempo e “Toad”

O Van Halen sempre tocou à margem do tempo. Você trabalhou maneiras de estabilizar o tempo da época mais antiga ?
Alex: Como disse antes, fomos criados com música clássica, e aprendemos que uma vez que você muda a dinâmica, você altera o andamento. Isso não dói. Nosso tempo é elástico.
Você aborda o tempo de forma diferente atualmente ?
Alex: Se algo precisa acelerar, nós aceleramos. Como Vinnie disse para mim, quando o vi em turnê com Sting. “Vocês sempre soam como se estivessem mastigando o tempo”. Isso é uma coisa boa. Sou o primeiro a assumir que corro. Mas estamos lá para recriar uma música. Estaremos para atear fogo. Estamos lá para envolver o público naquilo que estamos fazendo. Não é uma via de mão única. O público faz parte dela.

Você tem espaço para improvisar nos shows ?
Alex: Sim, mas não quero poluir as coisas, vamos fazer versões 2007 das músicas que tocamos de 1984. Não as tocamos da mesma forma. Seria um desserviço a nós e ao público. Nós tocamos lá para tocar um disco. Mostramos o que somos agora, tocando as músicas que não eram ouvidas há 23 anos.

Seu solo no Meadowlands combina três formas diferentes, usando padrões de dois bumbos e rulos simples entre suas mãos e os bumbos.
Alex: Eu não me lembro exatamente o que fiquei, embora toque algumas notas de toques simples no bumbo alternando um floor tom. É dividido em três diferentes partes. A primeira parte é meu tributo a Ginger Baker e minha lembrança da primeira vez que eu toquei “Toad”. É em 4/4, mas o tempo muda, Baker é um mestre nisso. Meu solo surge em “Pretty Woman”, e começar com a idéia de Ginger, o ressoou natural. Se eu começasse a solar salude em “Hot For Teacher”, que era o plano original eu teria tocado algo diferente. Tudo é orgânico. A segunda parte do solo é quando eu uso um antigo flanger no som dos tambores. Faço tudo se sentir no momento. Então ela evolui e eu mudo o andamento de devagar para rápido e vice-versa o que atrai o público. A última parte é tirada de um ritmo latino, encerrado com as músicas que não tocamos ao vivo, como “Out Love Again”. Peguei pequenos trechos de músicas mais rápidas e pedi a Steve Porcaro para que os orquestrasse. Ele colocou alguns sons do NIN também. A parte sobre a base pré-gravada é toda em condições mistos, usandoSMM000A2
 diferentes manulações que nem sei explicar, pois vou seguindo a melodia. Mas Steve teve problemas com eles, pois não está em uma métrica contínua.

Finalmente, você mencionou antes que um baterista natural. Isso significa que não precisa estudar para ainda ser um baterista de último nível ?
Alex: Não, eu tenho de praticar, e deveria ter estudado mais quando comecei. Steve Smith é muito dedicado, e tem boas idéias. Se eu estivesse começando, falaria com ele. Na música, você não pode conseguir sozinho um esforço de grupo. Tenho amizade com pessoas que conheço por 35 anos. Quantas pessoas tiveram um relacionamento desse tempo ?